12 dezembro 2012

Monte Branco e Monteverdi


O DCIAP (Departamento Central de Investigação e Acção Penal), liderado pela procuradora Candida Almeida, está a investigar o processo “Monte Branco” desde Junho de 2011, um caso de fraude fiscal e branqueamento de capitais que já levou à detenção, em maio, de quatro banqueiros portugueses e suíços e um cambista.O caso começou a ser investigado "tendo por base factos identificados na investigação do caso BPN e factos descobertos por via da prevenção do branqueamento de capitais", segundo o DCIAP. O banco, nacionalizado em 2008 e reprivatizado este ano, custou mais de 3,4 mil milhões de euros aos contribuintes portugueses.
Além dos cinco detidos, várias personalidades da vida política, económica e desportiva portuguesa já foram ouvidos, citados e apanhados nas malhas do processo “Monte Branco” que é considerado o maior caso de fraude fiscal e branqueamento de capitais de sempre em Portugal.
Caso Monte Branco: Quem é que já foi ouvido, citado e apanhado
Michel Canals e Nicolas Figueiredo
- Ambos administradores da empresa suíça Akoya Asset Management, os gestores de fortunas foram detidos em Maio e posteriormente libertados em Outubro.
Os dois arguidos, assim como os outros dois que estiveram em prisáo preventiva, são suspeitos de terem montado uma rede para fugir ao fisco e branquear capitais. Esta rede foi utilizada por pessoas influentes em Portugal, como advogados, políticos, empresários, futebolistas, autarcas e industriais interessados em fugir ao fisco. 

José Maria Ricciardi com Passos Coelho e Miguel Relvas – O presidente do BESI foi colocado sob escuta pela Polícia Judiciária entre Setembro de 2011 e Fevereiro deste ano no âmbito da investigação ao caso Monte Branco. Nas escutas ao banqueiro foram apanhadas conversas com o primeiro-ministro e com o ministro dos Assuntos Parlamentares. Nos telefonemas, Ricciardi falava com Passos Coelho e com Miguel Relvas sobre o processo de privatizações em curso.

A Procuradoria Geral Da República anunciou que "não existem nos autos quaisquer suspeitas da prática de ilícitos de natureza criminal" sobre o primeiro-ministro, Passos Coelho. Também os três intervenientes negaram qualquer tipo de ilegalidade cometida durante os telefonemas, sendo que nenhum foi constituído arguido.

Ricardo Salgado – À semelhança de José Maria Ricciardi, o líder do BES também foi alvo de escutas durante a investigação ao processo “Monte Branco” mas não foi constituído arguido.

Manuel Vilarinho
– O antigo presidente do Benfica é suspeito de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Segundo o Correio da Manhã de hoje, a casa e a imobiliária de Vilarinho foram alvo de buscas pelo Ministério Público e por agentes da inspecção tributária.

Medina Carreira
– O antigo ministro das Finanças também viu a sua residência ser alvo de buscas durante o dia de ontem. “Apareceram as autoridades hoje [ontem] em minha casa com um mandado de busca. Viram tudo o que quiseram ver mas não encontraram nada. Nem podiam encontrar", afirmou o economista. "Não faço ideia em que circunstâncias surgiu o meu nome. Tenho ligado pouco ao caso, não conheço sequer nenhum nome envolvido. Não tenho nada a ver com o negócio".